"Neste espaço divulgamos alguns recursos, que compõem as tecnologias de construção para Internet e possibilitam a interação com conteúdos educacionais."

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os sete saberes necessários à educação do futuro.

Edgar Morin.                
Os sete saberes necessários à educação do futuro não têm nenhum programa
educativo, escolar ou universitário. Aliás, não estão concentrados no primário, nem no
secundário, nem no ensino universitário, mas abordam problemas específicos para cada um
desses níveis. Eles dizem respeito aos setes buracos negros da educação, completamente
ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. Programas esses que,
na minha opinião, devem ser colocados no centro das preocupações sobre a formação dos
jovens, futuros cidadãos.
O Conhecimento.
 O primeiro buraco negro diz respeito ao  conhecimento. Naturalmente, o ensino
fornece conhecimento, fornece saberes. Porém, apesar de sua fundamental importância,
nunca se ensina o que é, de fato, o conhecimento. E sabemos que os maiores problemas
neste caso são o erro e a ilusão.
 Ao examinarmos as crenças do passado, concluímos que a maioria contém erros e
ilusões. Mesmo quando pensamos em vinte anos atrás, podemos constatar como erramos e
nos iludimos sobre o mundo e a realidade. E por que isso é tão importante? Porque o
conhecimento nunca é um reflexo ou espelho da realidade. O conhecimento é sempre uma
tradução, seguida de uma reconstrução. Mesmo no fenômeno da percepção, através do qual
os olhos recebem estímulos luminosos que são transformados, decodificados, transportados
a um outro código, que transita pelo nervo ótico, atravessa várias partes do cérebro para,
enfim, transformar aquela informação primeira em percepção. A partir deste exemplo,
podemos concluir que a percepção é uma reconstrução.
 Tomemos um outro exemplo de percepção constante: a imagem do ponto de vista
da retina. As pessoas que estão próximas parecem muito maiores do que aquelas que estão
mais distantes, pois à distância, o cérebro não realiza o registro e termina por atribuir uma
dimensão idêntica para todas as pessoas. Assim como os raios ultravioletas e 2
infravermelhos que nós não vemos, mas sabemos que estão aí e nos impõem uma visão
segundo as suas incidências. Portanto, temos percepções, ou seja, reconstruções, traduções
da realidade. E toda tradução comporta o risco de erro. Como dizem os italianos
“tradotore/traditore”.
 Também sabemos que não há nenhuma diferença intrínseca entre uma percepção e
uma alucinação. Por exemplo: se tenho uma alucinação e vejo Napoleão ou Júlio César,
não há nada que me diga que estou enganado, exceto o fato de saber que eles estão mortos.
São os outros que vão me dizer se o que vejo é verdade ou não. Quero dizer com isso que
estamos sempre ameaçados pela alucinação. Até nos processos de leitura isto acontece.
Nós sabemos que não seguimos a linha do que está escrito, pois, às vezes, nossos olhos
saltam de uma palavra para outra e reconstrói o conjunto de uma maneira quase
alucinatória. Neste momento, é o nosso espírito que colabora com o que nós lemos. E não
reconhecemos os erros porque deslizamos neles. O mesmo acontece, por exemplo, quando
há um acidente de carro. As versões e as visões do acidente são completamente diferentes,
principalmente pela emoção e pelo fato das pessoas estarem em ângulos diferentes.
 No plano histórico há erros, se me permitem o jogo de palavras, histéricos.
Tomemos um exemplo um pouco distante de nós: os debates sobre a Primeira Guerra
Mundial.  Uma época em que a França e a Alemanha tinham partidos socialistas fortes,
potentes e muito pacifistas, e que, evidentemente, eram contrários à guerra que se
anunciava. Mas, a partir do momento em que se desencadeou a guerra, os dois partidos se
lançaram, massivamente a uma campanha de propaganda, cada um imputando ao outro os
atos mais ignóbeis. Isto durou até o fim da guerra. Hoje, podemos constatar com os eventos
trágicos do Oriente Médio a mesma maneira de tratar a informação. Cada um prefere
camuflar a parte que lhe é desvantajosa para colocar em relevo a parte criminosa do outro.
 Este problema se apresenta de uma maneira perceptível e muito evidente, porque as
traduções e as reconstruções são também um risco de erro e muitas vezes o maior erro é
pensar que a idéia é a realidade. E tomar a idéia como algo real é confundir o mapa com o
terreno.
 Outras causas de erro são as diferenças culturais, sociais e de origem. Cada um
pensa que suas idéias são as mais evidentes e esse pensamento leva a idéias normativas.
Aquelas que não estão dentro desta norma, que não são consideradas normais, são julgadas 3
como um desvio patológico e são taxadas como ridículas. Isso não ocorre somente no
domínio das grandes religiões ou das ideologias políticas, mas também das ciências.
Quando Watson e Crick decodificaram a estrutura do código genético, o DNA (ácido
desoxirribonucléico), surpreenderam e escandalizaram a maioria dos biólogos, que jamais
imaginavam que isto poderia ser transcrito em moléculas químicas. Foi preciso muito
tempo para que essas idéias pudessem ser aceitas.
 Na realidade, as idéias adquirem consistência como os deuses nas religiões. É algo
que nos envolve e nos domina a ponto de nos levar a matar ou morrer. Lenin dizia: “Os
fatos são teimosos, mas, na realidade, as idéias são ainda mais teimosas do que os fatos e
resistem aos fatos durante muito tempo”. Portanto, o problema do conhecimento não deve
ser um problema restrito aos filósofos. É um problema de todos e cada um deve levá-lo em
conta desde muito cedo e explorar as possibilidades de erro para ter condições de ver a
realidade, porque não existe receita milagrosa.
 
O Conhecimento Pertinente.
 O segundo buraco negro é que não ensinamos as condições de um  conhecimento
pertinente, isto é, de um conhecimento que não mutila o seu objeto. Nós seguimos, em
primeiro lugar, um mundo formado pelo ensino disciplinar. É evidente que as disciplinas
de toda ordem ajudaram o avanço do conhecimento e são insubstituíveis. O que existe
entre as disciplinas é invisível e as conexões entre elas também são invisíveis. Mas isto não
significa que seja necessário conhecer somente uma parte da realidade. É preciso ter uma
visão capaz de situar o conjunto. É necessário dizer que não é a quantidade de
informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar sozinhas um conhecimento
pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto.
 A economia, que é das ciências humanas, a mais avançada, a mais sofisticada, tem
um poder muito fraco e erra muitas vezes nas  suas previsões, porque está ensinando de
modo a privilegiar o cálculo. Com isso, acaba esquecendo os aspectos humanos, como o
sentimento, a paixão, o desejo, o temor, o medo. Quando há um problema na bolsa, quando
as ações despencam, aparece um fator totalmente irracional que é o pânico, e que,
freqüentemente, faz com que o fator econômico tenha a ver com o humano, ligando-se,
assim, à sociedade, à psicologia, à mitologia. Essa realidade social é multidimensional e o 4
econômico é apenas uma dimensão dessa sociedade. Por isso, é necessário contextualizar
todos os dados.
 Se não houver, por exemplo, a contextualização dos conhecimentos históricos e
geográficos, cada vez que aparecer um acontecimento novo que nos fizer descobrir uma
região desconhecida, como o Kosovo, o Timor ou Serra Leoa, não entenderemos nada.
Portanto, o ensino por disciplina, fragmentado e dividido, impede a capacidade natural que
o espírito tem de contextualizar. E é essa capacidade que deve ser estimulada e
desenvolvida pelo ensino, a de ligar as partes ao todo e o todo às partes. Pascal dizia, já no
século XVII: “Não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o todo
sem conhecer as partes”.
 O contexto tem necessidade, ele mesmo, de seu próprio contexto. E o
conhecimento, atualmente, deve se referir ao global. Os acidentes locais têm repercussão
sobre o conjunto e as ações do conjunto sobre os acidentes locais. Isso foi comprovado
depois da guerra do Iraque, da guerra da Iugoslávia e, atualmente, pode ser verificado com
o conflito do Oriente Médio.
 
A Identidade Humana.
 O terceiro aspecto é a  identidade humana. É curioso que nossa identidade seja
completamente ignorada pelos programas de instrução. Podemos perceber alguns aspectos
do homem biológico em Biologia, alguns aspectos psicológicos em Psicologia, mas a
realidade humana é indecifrável. Somos indivíduos de uma sociedade e fazemos parte de
uma espécie. Mas, ao mesmo tempo em que fazemos parte de uma sociedade, temos a
sociedade como parte de nós, pois desde o nosso nascimento a cultura se nos imprime. Nós
somos de uma espécie, mas ao mesmo tempo a espécie é em nós e depende de nós. Se nos
recusamos a nos relacionar sexualmente com um parceiro de outro sexo, acabamos com a
espécie. Portanto, o relacionamento entre indivíduo-sociedade-espécie é como a trindade
divina, um dos termos gera o outro e um se encontra no outro. A realidade humana é
trinitária.
 Eu acredito possível a convergência entre todas as ciências e a identidade humana.
Um certo número de agrupamentos disciplinares vai favorecer esta convergência. É
necessário reconhecer que na segunda metade do século XX, houve uma revolução 5
científica, reagrupando as disciplinas em ciências pluridisciplinares. Assim, há a
cosmologia, as ciências da terra, a ecologia e a pré-história.
 Tome-se como exemplo a cosmologia, que, efetivamente, utiliza a microfísica, os
aceleradores de partículas para imaginar os primeiros segundos do universo. Ela utiliza a
observação e pratica uma reflexão filosófica sobre o mundo, assim como fizeram Hubert
Reeves, Hawkins, Michel Cassé e tantos outros. Eles refletem sobre o universo incrível no
qual vivemos. Mas o que é importante para a identidade humana é saber que estamos neste
minúsculo planeta perdidos no cosmos. Nossa missão não é mais a de conquistar o mundo
como acreditava Descartes, Bacon e Marx. Nossa missão se transformou em civilizar o
pequeno planeta em que vivemos.
 Por outro lado, as ciências da terra nos inscrevem neste planeta formado por
fragmentos cósmicos, resultados de uma explosão de sóis anteriores. Resta saber como
estes fragmentos reunidos e aglomerados puderam criar uma tal organização, uma autoorganização, para nos dar este planeta. É necessário mostrar que ele gerou a vida, e a nós
somos, filhos da vida.
 A biologia, com a teoria da evolução, nos prova como trazemos dentro de nós,
efetivamente, o processo de desenvolvimento da primeira célula vivente, que se
multiplicou e se diversificou.
 Quando sonhamos com nossa identidade, devemos pensar que temos partículas que
nasceram no despertar do universo. Temos átomos de carbono que se formaram em sóis
anteriores ao nosso, pelo encontro de três núcleos de hélio que se constituíram em
moléculas e neuromoléculas na terra. Somos todos filhos do cosmos, mas nos
transformamos em estranhos através de nosso conhecimento e de nossa cultura.
 Portanto, é preciso ensinar a unidade dos três destinos, porque somos indivíduos,
mas como indivíduos somos, cada um, um fragmento da sociedade e da espécie  Homo
sapiens, à qual pertencemos. E o importante é que somos uma parte da sociedade, uma
parte da espécie, seres desenvolvidos sem os quais a sociedade não existe. A sociedade só
vive com essas interações.
 È importante, também, mostrar que, ao mesmo tempo em que o ser humano é
múltiplo, ele é parte de uma unidade. Sua estrutura mental faz parte da complexidade
humana. Portanto, ou vemos a unidade do gênero e esquecemos a diversidade das culturas 6
e dos indivíduos, ou vemos a diversidade das culturas e não vemos a unidade do ser
humano.
 Esse problema vem causando polêmicas desde o século XVIII, quando Voltaire
disse: “Os chineses são iguais a nós, têm paixões, choram”. E Herbart, o pensador alemão,
afirmou: “Entre uma cultura e outra não há comunicação, os seres são diferentes”. Os dois
tinham razão, mas na realidade essas duas verdades têm que ser articuladas. Nós temos os
elementos genéticos da nossa diversidade e, é claro, os elementos culturais da nossa
diversidade.
 È preciso lembrar que rir, chorar, sorrir, não são atos aprendidos ao longo da
educação, são inatos, mas modulados de acordo com a educação. Heigerfeld fez uma
observação sobre uma jovem surda-muda de nascença que ria, chorava e sorria.
Atualmente, estudos demonstram que o feto começa a sorrir no ventre da mãe. Talvez
porque não saiba o que o espera depois... Mas isso nos permite entender a nossa realidade,
nossa diversidade e singularidade.
 Chegamos, então, ao ensino da literatura e da poesia. Elas não devem ser
consideradas como secundárias e não essenciais. A literatura é para os adolescentes uma
escola de vida e um meio para se adquirir conhecimentos. As ciências sociais vêem
categorias e não indivíduos sujeitos a emoções, paixões e desejos. A literatura, ao
contrário, como nos grandes romances de Tolstoi, aborda o meio social, o familiar, o
histórico e o concreto das relações humanas com uma força extraordinária.
 Podemos dizer que as telenovelas também nos falam sobre problemas fundamentais
do homem; o amor, a morte, a doença, o ciúme, a ambição, o dinheiro. Temos que entender
que todos esses elementos são necessários para entender que a vida não é aprendida
somente nas ciências formais. E a literatura tem a vantagem de refletir sobre a
complexidade do ser humano e sobre a quantidade incrível de seus sonhos. Como James
Joyce, por exemplo, que, ao criar um personagem, mostrava que uma pessoa pode ter
sentimentos totalmente diversos. Ou como o herói de Dostoievski, em  O Idiota que não
sabe se a jovem está apaixonada por ele e ao fim da trama, depois de ter sofrido muito,
encontra um amigo que lhe diz: “mas que imbecil você é, não entendeu que ela o ama”.
Isto pode acontecer com qualquer pessoa, é a dificuldade de saber o que o outro pensa e
sente. 7
 Marcel Proust mostrou, em Um amor de Swan, o que ele chamava de intermitências
do coração, ou seja, que uma pessoa pode se apaixonar, esquecer-se da pessoa desejada e
voltar a amá-la. Neste romance o herói sofre durante anos de ciúmes por causa de uma
mulher e quando ele já não está mais apaixonado, diz: “mas eu sofri tanto por uma mulher
que não me amava e que nem era meu tipo”.
 Podemos, então, compreender a complexidade humana através da literatura. A
poesia nos ensina a qualidade poética da vida, essa qualidade que nós sentimos diante de
fatos da realidade. Como, por exemplo, os espetáculos da natureza: o céu de Brasília que é
tão bonito. A vida não deve ser uma prosa que se faça por obrigação. A vida é viver
poeticamente na paixão, no entusiasmo.
 Para que isso aconteça, devemos fazer convergir todas as disciplinas conhecidas
para a identidade e para a condição humana, ressaltando a noção de  homo sapiens; o
homem racional e fazedor de ferramentas, que é, ao mesmo tempo, louco e está entre o
delírio e o equilíbrio, nesse mundo de paixões em que o amor é o cúmulo da loucura e da
sabedoria.
 O homem não se define somente pelo trabalho, mas também pelo jogo. Não só as
crianças, como também os adultos gostam de jogar. Por isso vemos partidas de futebol.
Nós somos  Homo ludens, além de  Homo economicus. Não vivemos só em função do
interesse econômico. Há, também, o homo mitologicus, isto é, vivemos em função de mitos
e crenças.
 Enfim o homem é prosaico e poético. Como dizia Hölderling: “O homem habita
poeticamente na terra, mas também prosaicamente e se a prosa não existisse, não
poderíamos desfrutar da poesia”.
 
A Compreensão Humana.
 O quarto aspecto é sobre a  compreensão humana. Nunca se ensina sobre como
compreender uns aos outros, como compreender nossos vizinhos, nossos parentes, nossos
pais. O que significa compreender?
 A palavra compreender vem do latim, compreendere, que quer dizer: colocar junto
todos os elementos de explicação, ou seja, não ter somente um elemento de explicação,
mas diversos. Mas a compreensão humana vai além disso, porque, na realidade, ela 8
comporta uma parte de empatia e identificação. O que faz com que se compreenda alguém
que chora, por exemplo, não é analisar as lágrimas no microscópio, mas saber o significado
da dor, da emoção. Por isso, é preciso compreender a compaixão, que significa sofrer
junto. É isto que permite a verdadeira comunicação humana.
 A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. Na
realidade, isto está se agravando, já que o individualismo ganha um espaço cada vez maior.
Estamos vivendo numa sociedade individualista, que favorece o sentido de
responsabilidade individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que,
consequentemente, alimenta a autojustificação e a rejeição ao próximo.
 A raiva leva à vontade de eliminar o outro e tudo aquilo que possa aborrecer. De
certa maneira, isto favorece ao que os ingleses chamam de self-deception, isto é, mentir a si
mesmo, pois o egocentrismo vai tramando sempre o negativo e esquecendo dos outros
elementos.
 A redução do outro, a visão unilateral e a falta de percepção sobre a complexidade
humana são os grandes empecilhos da compreensão. Outro aspecto da incompreensão é a
indiferença. E, por este lado, é interessante abordar o cinema, que os intelectuais tanto
acusam de alienante. Na verdade, o cinema é uma arte que nos ensina a superar a
indiferença, pois transforma em heróis os invisíveis sociais, ensinando-nos a vê-los por um
outro prisma. Charlie Chaplin, por exemplo, sensibilizou platéias inteiras com o
personagem do vagabundo. Outro exemplo é Coppola, que popularizou os chefes da Máfia
com “O Chefão”. No teatro, temos a complexidade dos personagens de Shakspeare: reis,
gangsters, assassinos e ditadores. No cinema, como na filosofia de Heráclito:
“Despertados, eles dormem”. Estamos adormecidos, apesar de despertos, pois diante da
realidade tão complexa, mal percebemos o que se passa ao nosso redor.
 Por isso, é importante este quarto ponto: compreender não só os outros como a si
mesmo, a necessidade de se auto-examinar, de analisar a autojustificação, pois o mundo
está cada vez mais devastado pela incompreensão, que é o câncer do relacionamento entre
os seres humanos. 9
A Incerteza.
 O quinto aspecto é a  incerteza. Apesar de, nas escolas, ensinar-se somente as
certezas, como a gravitação de Newton e o eletromagnetismo, atualmente a ciência tem
abandonado determinados elementos mecânicos para assimilar o jogo entre certeza e
incerteza, da micro-física às ciências humanas. É necessário mostrar em todos os domínios,
sobretudo na história, o surgimento do inesperado. Eurípides dizia no fim de três de suas
tragédias que: “os deuses nos causam grandes surpresas, não é o esperado que chega e sim
o inesperado que nos acontece”. É a velha idéia de 2.500 anos, que nós esquecemos
sempre.
 As ciências mantêm diálogos entre dados hipotéticos e outros dados que parecem
mais prováveis. Os processos físicos, assim como outros também, pressupõem variações
que nos levam à desordem caótica ou à criação de uma nova organização, como nas teorias
sobre a incerteza de Prigogine, baseadas nos exemplos dos turbilhões de Born. Analisando
retroativamente a história da vida, constata-se que ela não foi linear, que não teve uma
evolução de baixo para cima. A evolução segundo Darwin foi uma evolução composta de
ramificações, a exemplo do mundo vegetal e o mundo animal.
 O homem vem de uma dessas ramificações e conseguiu chegar à consciência e à
inteligência, mas não somos a meta da evolução, fazemos parte desse processo. A história
da vida foi, na verdade, marcada por catástrofes.
 No fim da era secundária, a queda do asteróide que matou os dinossauros e
ressecou a vegetação desses animais enormes, matando-os de fome deu oportunidade à
proliferação dos mamíferos. Assim também ocorreu com as sociedades humanas. Todas
sofreram o colapso por uma razão ou outra. Nem mesmo o império romano, que parecia
eterno, conseguiu sobreviver. As sociedades andinas, que eram mais potentes que seus
colonizadores espanhóis e cujas capitais eram muita mais ricas que Paris, Madri ou Lisboa,
foram destruídas por espanhóis que chegaram com cavalos e armas desconhecidas.
 As duas guerras mundiais destruíram muito na metade do século XX, depois da
Primeira Guerra Mundial. Três grandes impérios da época, por exemplo, o romanootomano, o austro-húngaro e o soviético, desapareceram.
 Isto nos demonstra a necessidade de ensinar o que chamamos de ecologia da ação: a
atitude que se toma quando uma ação é desencadeada e escapa ao desejo e às intenções 10
daquele que a provocou, desencadeando influências múltiplas que podem desviá-la até para
o sentido oposto ao intencionado.
 A história humana está repleta de exemplos dessa natureza. O mais evidente no
final do século XX foi o projeto político de Gorbatchev, que pretendeu reformar o sistema
político da União Soviética, mas acabou provocando o começo de sua própria
desagregação e implosão.
 Assim tem acontecido em todas as etapas da história. O inesperado aconteceu e
acontecerá, porque não temos futuro e não temos certeza nenhuma do futuro. As previsões
não foram concretizadas, não existe determinismo do progresso. Os espíritos, portanto, têm
que ser fortes e armados para enfrentarem essa incerteza e não se desencorajarem.
 Essa incerteza é uma incitação à coragem. A aventura humana não é previsível, mas
o imprevisto não é totalmente desconhecido. Somente agora se admite que não se conhece
o destino da aventura humana. É necessário tomar consciência de que as futuras decisões
devem ser tomadas contando com o risco do erro e estabelecer estratégias que possam ser
corrigidas no processo da ação, a partir dos imprevistos e das informações que se tem.
A Condição Planetária.
 O sexto aspecto é a  condição planetária, sobretudo na era da globalização no
século XX – que começou, na verdade no século XVI com a colonização da América e a
interligação de toda a humanidade. Esse fenômeno que estamos vivendo hoje, em que tudo
está conectado, é um outro aspecto que o ensino ainda não tocou, assim como o planeta e
seus problemas, a aceleração histórica, a quantidade de informação que não conseguimos
processar e organizar.
 Este ponto é importante porque existe, neste momento, um destino comum para
todos os seres humanos. O crescimento da ameaça letal se expande em vez de diminuir: a
ameaça nuclear, a ameaça ecológica, a degradação da vida planetária. Ainda que haja uma
tomada de consciência de todos esses problemas, ela é tímida e não conduziu ainda a
nenhuma decisão efetiva. Por isso, faz-se urgente a construção de uma consciência
planetária.
 Conhecer o nosso planeta é difícil: os processos de todas as ordens – econômicos,
ideológicos e sociais – estão de tal maneira imbricados e são tão complexos, que 11
compreendê-los é um verdadeiro desafio para o conhecimento. Ortega y Gasset dizia: “não
sabemos o que acontece, isto é o que acontece”.
 É necessária uma certa distância em relação ao imediato para podermos
compreendê-lo. E, atualmente, dada a aceleração e a complexidade do mundo, é quase
impossível. Mas, faz-se necessário ressaltar, é esta a dificuldade. É necessário ensinar que
não é suficiente reduzir a um só a complexidade dos problemas importantes do planeta,
como a demografia, ou a escassez de alimentos, ou a bomba atômica, ou a ecologia. Os
problemas estão todos amarrados uns aos outros.
 Daqui para frente, existem, sobretudo, os perigos de vida e morte para a
humanidade, como a ameaça da arma nuclear, como a ameaça ecológica, como o
desencadeamento dos nacionalismos acentuados pelas religiões. É preciso mostrar que a
humanidade vive agora uma comunidade de destino comum.
 
A Antropo-ética.
 O último aspecto é o que vou chamar de  antropo-ético, porque os problemas da
moral e da ética diferem a depender da cultura e da natureza humana. Existe um aspecto
individual, outro social e outro genético, diria de espécie. Algo como uma trindade em que
as terminações são ligadas: a antropo-ética. Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo
tempo, a ética e a autonomia pessoal (as nossas responsabilidades pessoais), além de
desenvolver a participação social (as responsabilidades sociais), ou seja, a nossa
participação no gênero humano, pois compartilhamos um destino comum.
 A antropo-ética tem um lado social que não tem sentido se não for na democracia,
porque a democracia permite uma relação indivíduo-sociedade e nela o cidadão deve se
sentir solidário e responsável. A democracia permite aos cidadãos exercerem suas
responsabilidades através do voto. Somente assim é possível fazer com que o poder
circule, de forma que aquele que foi uma vez controlado, terá a chance de controlar.
Porque a democracia é, por princípio, um exercício de controle.
 Não existe, evidentemente, democracia absoluta. Ela é sempre incompleta. Mas
sabemos que vivemos em uma época de regressão democrática, pois o poder tecnológico
agrava cada vez mais os problemas econômicos. Na verdade, o é importante orientar e 12
guiar essa tomada de consciência social que leva à cidadania, para que o indivíduo possa
exercer sua responsabilidade.
 Por outro lado, a ética do ser humano está se desenvolvendo através das associações
não-governamentais, como os Médicos Sem Fronteiras, o Greenpeace, a Aliança pelo
Mundo Solidário e tantas outras que trabalham acima de entidades religiosas, políticas ou
de Estados nacionais, assistindo aos países ou às nações que estão sendo ameaçadas ou em
graves conflitos. Devemos conscientizar a todos sobre essas causas tão importantes, pois
estamos falando do destino da humanidade.
 Seremos capazes de civilizar a terra e fazer com que ela se torne uma verdadeira
pátria? Estes são os sete saberes necessários ao ensino. E não digo isso para modificar
programas. Na minha opinião, não temos que destruir disciplinas, mas sim integrá-las,
reuni-las em uma ciência como, por exemplo, as ciências da terra (a sismologia, a
vulcanologia, a meteorologia), todas elas articuladas em uma concepção sistêmica da terra.
 Penso que tudo deva estar integrado para permitir uma mudança de pensamento;
para que se transforme a concepção fragmentada e dividida do mundo, que impede a visão
total da realidade. Essa visão fragmentada faz com que os problemas permaneçam
invisíveis para muitos, principalmente para muitos governantes.
 E hoje que o planeta já está, ao mesmo tempo, unido e fragmentado, começa a se
desenvolver uma ética do gênero humano, para que possamos superar esse estado de caos e
começar, talvez, a civilizar a terra

domingo, 11 de dezembro de 2011

U.E. Nair Gonçalves concorre ao Prêmio Piauí de Inclusão Social


Escola estadual concorre na categoria organização governamental
A Unidade Escolar Nair Gonçalves concorre, na noite dessa sexta-feira (9), ao Prêmio Piauí de Inclusão Social pelo trabalho de inclusão digital desenvolvido pela escola desde 2008. A solenidade de entrega do Prêmio acontece ás 20h, no Blue Treee Hoel (Rio Poty Hotel), com a presença do governado do Estado, Wilson Martins, do secretário da Educação, Átila Lira, entre outras autoridades.
O Prêmio Piauí de Inclusão Social é uma iniciativa do Sistema Integrado de Comunicação Meio Norte com o apoio institucional do Governo do Estado e do Banco do Nordeste. Este premia as experiências e empreendimentos desenvolvidos por empresas, cooperativas, iniciativas individuais, organizações não governamentais e governamentais que geram emprego e renda, além de terem caráter inovador e de inclusão social.
Estarão presentes representantes de todos os casos focados pelo prêmio neste ano, autoridades, administradores, empresários, políticos, estudantes e profissionais liberais. Trinta iniciativas estão concorrendo nas seguintes categorias: Empresas, Empreendedores Individuais, Cooperativas, Organizações Governamentais e Organizações Não-Governamentais. Todas, independente do resultado, receberão certificação de participação.

Veja matéria publicada no Jornal Meio Norte:
PRÊMIO PIAUÍ DE INCLUSÃO SOCIAL 2011: Governamental Nair Gonçalves
Salas de aulas com computadores, internet, CD-ROM e projetores multimídias substituindo o antigo quadro negro. Escolas com antenas bidirecionais, alunos usando fones e microfone para interagir com professores do outro lado do país. Todas essas hipermídias que mais pareciam coisas de filme futurista agora são itens fundamentais na educação do Piauí.
Foi em 2008 que a Unidade Escolar Nair Gonçalves, da rede estadual de ensino, viu uma de suas salas ser transformada naquele que seria o primeiro passo para a inclusão digital de seus alunos: um espaço multimídia que tinha o dever de transportar os estudantes para o mundo do conhecimento.
Antônia Vaz de Sousa, diretora da escola há 6 anos, acompanhou de perto o processo de instalação dos computadores que mudaram a realidade dos alunos da comunidade. “O laboratório de informática serve de auxílio nas pesquisas de tarefas dos alunos e é muito frequentado no período oposto ao do turno em que eles estudam”, disse a diretora.
Não são apenas os alunos os únicos contemplados com a chegada da internet ao mundo escolar. Além dos estudantes, pais e funcionários também tiram proveito das instalações de microcomputadores nas escolas públicas municipais e estaduais, em laboratórios equipados com PCs, impressoras, máquinas fotográficas e notebooks para portadores de necessidades especiais.
Para a pedagoga, a chegada da informatização e das novas tecnologias no universo escolar trouxe aos alunos uma realidade que vai mudar o índice de desenvolvimento da educação básica. “A grande maioria desse alunos não tinha conhecimento do que era uma pesquisa na internet. Agora eles têm outros recursos para auxiliar nas tarefas, pesquisas, consultas e outros aprendizados”, afirma.
O professor Wilker Martins, de Informática, já formou duas turmas de alunos-monitores. Após a chegada dos laboratórios de informática, muitos alunos se interessaram em ser monitores e foram capacitados para treinar outras pessoas – inclusive professores.
Mas apenas internet não foi suficiente para a necessidade de aprendizagem desses alunos. Escolas do Piauí estão ganhando reforço na sala de aula com a chegada de projetores multimídias, que unem a funcionalidade de um projetor a computador, televisão, aparelho de som e TV em um só aparelho. Até o fim do ano, a meta do Proinfo, Programa Nacional de Tecnologia Educacional, é que 80 escolas estaduais e municipais estejam equipadas com o novo aparelho, melhorando assim o aprendizado de 55 mil alunos da rede pública.
O projetor multimídia se assemelha a um notebook acoplado a um data show, está sendo levado pelos professores da rede pública à sala de aula – e tem despertado em muitos alunos o interesse em aprender.
Segundo Wilker Martins, professor de informática da rede estadual de ensino, os novos equipamentos têm tornado as aulas mais dinâmicas e participativas. “Os alunos acompanham tudo com mais vontade e os professores estão descobrindo novas maneiras de passar o conteúdo em sala de aula”, aponta.
Para o professor, a chegada do mundo digital traz o que há de mais primordial no processo de formação dos alunos: a busca por conhecimentos. “Nós percebemos a necessidade desses alunos em buscar novos conhecimentos. Eles estão cada vez mais motivados e isso é importante dentro da sala de aula”, afirmou Wilker.
Mediação tecnológica: um click para a profissionalização
Diminuir as fronteiras que separam estudantes do interior do ensino cada vez mais qualificado. É assim que a Secretaria de Educação do Piauí, com auxílio de parceiros como o Instituto Federal do Piauí e do Pará tem utilizado os recursos tecnológicos de ponta, fortalecendo assim a corrente de inclusão digital e social.
O Programa de mediação tecnológica, que está em fase de licitação em todo o Piauí, deve levar ensino a distância a 300 escolas do Estado.
O programa consiste na interligação entre professor e aluno através de tecnologias, principalmente as telemáticas, como a internet e as hipermídias, mas também podem ser utilizados o rádio, a televisão, o vídeo, dentre outras mídias como o CD-ROM, o telefone, o fax, o celular e o notebook.
O Piauí é quinto Estado a adotar o programa, que segue o modelo implantado pela Secretaria de Educação do Amazonas. Segundo ReinaldoLopes, da Unidade de Educação Técnica e Profissional da Seduc, a instalação do novo programa trará um aumento de 30% nas matrículas de educação profissionalizante. “Além da abrangência maior desse ensino, outra vantagem é o fato de alunos do interior terem a oportunidade de estar em contato ao vivo, mas sem sair da sua cidade, com professores gabaritados de Curitiba e outras instituições de ensino do país”, afirma.
Até o fim do ano, um total de 13 municípios piauienses terão acesso ao ensino técnico a distância, através de telessalas instaladas em mais de 20 pontos. Serão cursos com foco em Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Tratamento de Dependentes Químicos, uma especialidade pioneira no Estado do Piauí.

aprendizagem que vale a pena

A educação é um processo gradual de aprender a discernir o que pode ajudar-nos a construir uma vida que valha a pena, entre tantas opções possíveis, que nos instrumentalize para ser mais livres, mais autônomos, mais realizados.

A educação nos ajuda a aprender a selecionar, avaliar e contextualizar o que é mais significativo, importante entre tantas informações que nos inundam sem parar, entre tantos sentimentos que despertam, entre tantos valores contraditórios. Aprender a desaprender, a deixar de lado o que já não nos serve mais, o passado que nos oprime, tolhe,a gerenciar melhor nossas escolhas pessoais, afetivas, profissionais cada vez mais coerentes, autênticas, desafiadoras e realizadoras. 

A educação é um processo complexo, tenso, contraditório e permanente de tornar nossa vida mais rica, impactante e equilibrada entre conhecer, sentir, comunicar-nos e agir, ampliando nossa percepção de múltiplas camadas da realidade, nossa capacidade de acolher e amar, de enfrentar situações mais complexas, mais desafios e projetos.

O maior desafio que temos é aprender a transformar-nos em pessoas cada vez mais humanas, sensíveis, afetivas e realizadas, andando na contramão de muitas visões materialistas, egoístas, deslumbradas com as aparências. De pouco adianta saber muito, se não praticamos o que conhecemos.

A educação tem também uma dimensão claramente social, de aprender com a experiência dos outros, de inter-aprendizagens, de saber conviver melhor com as múltiplas diferenças de idades, ideologias, culturas, valores. Mas na educação é importante também a dimensão pessoal, de apoio ao desabrochamento das potencialidades de cada um, de oferecer condições para que cada pessoa tenha meios para progredir, para realizar-se, para viver uma vida digna a partir de alguns valores sociais.

A educação é válida quando consegue que mais pessoas se sintam motivadas intimamente a desejar ampliar seu conhecimento, sua sensibilidade, seus canais de comunicação, suas atitudes, práticas e valores em cada etapa das suas vidas.

Aprendemos pouco, quando só focamos uma das dimensões, como a profissional, quando só pensamos em ganhar dinheiro, ter muitos bens, ter mais poder. Aprendemos pouco quando nos acomodamos na rotina, na previsibilidade, em esquemas prontos e não acreditamos que possamos evoluir mais. Aprendemos pouco quando nos mostramos de um jeito diferente ao que percebemos, sentimos e acreditamos. Aprendemos pouco quando desistimos de perseverar no processo de crescer mais, de compreender melhor, de aceitar-nos plenamente, de tentar as mudanças possíveis em cada momento. Aprendemos pouco quando nos preocupamos excessivamente pelo que os demais pensam, pelo julgamento social, pelas aparências, por manter uma imagem que nos faz representar papéis, que nos desfigura em relação ao que somos e a como nos vemos.

A educação é eficaz quando nos ajuda a enfrentar as crises, as etapas de incerteza, de decepção, de fracasso em qualquer área e nos ajuda a encontrar forças para avançar e achar novos caminhos de realização.

A educação é eficaz a longo prazo, quando ao olhar para trás, conseguimos perceber que avançamos, que evoluímos passo a passo, no meio de contradições, desvios e incertezas e que nos mantivemos coerentes com nossos valores fundamentais pessoais, familiares, profissionais e sociais.

A educação é mais eficaz quando conseguimos fazer a ponte entre nossas expectativas e contradições, construindo uma identidade coerente, que integre o pessoal, o profissional e o social.



Fases diferentes de aprendizagem

Quanto mais avançamos em idade, mostramos de forma mais clara o que aprendemos de verdade, quem somos, o que é sólido e o que é superficial, o que permanece no meio das muitas etapas pelas que passamos, o que é autêntico e o que representação. Revelamos cada vez mais se somos pessoas evoluídas, medíocres ou complicadas.

Na infância, agimos principalmente em função de referências externas, das pessoas que mais convivem conosco – pais, familiares, docentes, amigos. Na juventude enfrentamos o deslumbramento das muitas descobertas em todos os campos, testamos nossos limites, buscamos definir nossa identidade, abrimos um leque amplo de vivências sensoriais, emocionais, intelectuais, existenciais, profissionais. Ainda é muito difícil comprovar o que é real, válido, testado, coerente, definitivo.

Na primeira fase da idade adulta realizamos escolhas mais personalizadas, permanentes, que nos definem em todos os campos – o intelectual, o emocional, o profissional. Já mostramos mais claramente nossa identidade, nossa personalidade, nossas idéias, emoções e valores. Mas ainda há uma margem de incerteza, de imprevisibilidade na permanência e acerto das escolhas. Muitas decisões podem ser justificadas por necessidades prementes como as econômicas, familiares, conjunturais, como não posso mudar de trabalho porque tenho muitas contas a pagar, ou não posso me separar porque os filhos são pequenos.

Na segunda fase da maturidade, aí sim percebemos o que aprendemos, o que construímos, o que nos identifica, o que é permanente e o que é transitório, o que tem valor e o que é superficial; a imagem que comunicamos e a que os demais percebem. É uma etapa de consolidação, mas também pode ser de mudança, de revisão de valores e atitudes. Podemos romper com modelos, situações que nos oprimem e buscar novos desafios, sermos pessoas mais livres e realizadas, mesmo num contexto de um progressivo declínio físico.

Enquanto uns avançam ao longo do tempo na qualidade da sua aprendizagem, dos desafios, outros parece que estacionam, que fazem só manutenção ou até regridem. “Vão vivendo”, contentando-se com as expectativas mínimas, com receitas repetidas, com o arroz e feijão básicos, sem buscar degustar tantos outros manjares possíveis.

Cada etapa da vida tem seu fascínio, seus motivos para gostar de aprender mais. Esse é um dos encantamentos da vida: poder evoluir, crescer, ser pessoas mais plenas, mesmo com muitas contradições, dificuldades e perplexidades. Vale a pena sempre manter a atitude positiva, ativa, curiosa, atenta de querer aprender sempre mais, de fazer a ponte entre o exterior e o interior, entre o social e o pessoal, entre o intelectual, o emocional e o comportamental.

Podemos transformar a nossa vida em permanente, paciente, afetuoso e emocionante processo de aprendizagem. Em todos os momentos, em todos os espaços, em todas as situações podemos aprender muito ou pouco, dependendo da atitude profunda com que as enfrentamos, da motiivação profunda que nos norteia.
________________________________
Do meu livro A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá, Papirus, cap. 3, p. 73-74, texto revisto e ampliado.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Função da Escola por Libâneo


Em entrevista para o SINPRO-SP, o professor e pesquisador José Carlos Libaneo, define a função da escola tendo em vista que a escola não apresenta mais o monopólio do saber. Enfatiza também o papel do professor e as formas que o aluno percebe a escola nos dias atuais.

Rubem Alves - O papel do professor






Rubem Alves acredita que o papel do professor é ensinar o aluno a pensar provocando a curiosidade da criança ou adolescente.

sábado, 26 de novembro de 2011

Somos pessoas ou personagens?


Especialista em mudanças na educação presencial e a distância
Complemento do meu livro Desafios na Comunicação Pessoal. 3ª São Paulo: Paulinas, 2007.

Vejo pessoas que por atividade profissional ou circunstâncias desenvolvem certas atitudes, principalmente em público, que – desconfio - as transformam em personagens de si mesmas. De tanto repetir os mesmos modelos, de atender às expectativas dos demais, mostram uma personalidade e um desempenho previsíveis, que pode distanciá-los progressivamente de quem são realmente, intimamente.
Observo pessoas que riem constantemente em público, que são engraçados e me pergunto, como elas serão quando estão sozinhas, nas madrugadas da vida? manterão a mesma atitude de rir de si mesmas, a mesma visão positiva do mundo? tratarão bem os que moram perto?
Com tantos holofotes, câmeras e possibilidades de tornar-se visível nas telas de TV, vídeo ou Internet, o que é real e o que é figuração? Desconfio que muitos vivem personagens tão fortes e intensos, que vão, aos poucos, construindo uma personalidade que não separa mais o representar do ser. E acreditam que são aquilo que representam, porque sempre “vivem” os mesmos personagens. Transformam-se em seus próprios personagens.
Todos representamos socialmente alguns papéis, nos comportamos de uma forma parcialmente diferente quando estamos em público do que quando estamos sozinhos. Mas se acreditamos mais nos comportamentos sociais do que nos pessoais, corremos o risco de viver cada vez mais de aparências, enquanto sufocamos nosso eu profundo envolto em camadas de papéis, de ficção. Podemos, depois de anos, não saber quem somos de verdade, se já introjetamos esses papéis de uma forma que pensamos que somos aquilo que representamos.
A construção da identidade pessoal hoje é muito mais complexa do que antes. É fácil deslumbrar-nos com o sucesso que conseguimos em determinados momentos profissionais ou sociais e querer transferi-los para situações mais privadas ou íntimas. Há atores profissionais que entram tanto nos personagens que continuam vivenciando-os quando chegam em casa. Outros atores, ao sair do set, esquecem o personagem que estavam filmando e retomam suas vidas.
É importante analisar se estamos representando sempre, se nos escondemos de nós mesmos nos vários espaços pelos quais transitamos. Como educadores podemos ajudar muito nossos alunos se nos mostramos o mais próximos do que somos, se nos escondemos cada vez menos em papéis sociais. Um dos processos de aprendizagem mais importantes para cada um de nós é ir evoluindo sempre mais na direção da simplicidade, da coerência, da transparência entre o que somos e o que comunicamos, entre o mundo pessoal e o social. Viver como personagens representando papéis nos impede de aprender o principal: a crescer como pessoas cada vez mais plenas e realizadas.

O aparente e o real no mundo digital


José Manuel Moran

Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
Complemento do meu livro Desafios na Comunicação Pessoal . 3ª São Paulo: Paulinas, 2007.
Cada vez é mais difícil perceber o que é real e o que aparente. Os afetos verdadeiros dos movidos por outros interesses. É difícil separar o que é divulgação de exibicionismo, no mundo físico e no digital. Blogs são ótimos para divulgação, mas vemos tanto exibicionismo, tanta necessidade de se mostrar!. Parece que se não nos percebem, não existimos. E que se não bisbilhotamos a vida dos outros, nos falta algo.
Estamos, sem dar-nos conta, mais voltados para fora de nós do que para nós mesmos. Agitamo-nos, olhando-nos o tempo todo no espelho dos outros. É importante ter retornos, mas não a qualquer preço e, principalmente, não forçando o que não somos, violentando nosso jeito de ser, querendo aparentar o que não é autêntico em nós.
Há uma mudança de ênfase hoje na divulgação da intimidade. Todos tínhamos um lado público, que se expressava mais no profissional e nos diversos ambientes sociais nos quais nos movíamos. Havia também um ambiente privado, o familiar, o pessoal, muitas vezes indevassável, desconhecido pela maioria.
Agora com as redes sociais, os blogs, o Youtube, o Twitter e tantas outras possibilidades de divulgar e ver em tempo real, não há quase distinção entre o público e o privado, entre o que é real e o que é aparente. Há uma febre por divulgar-se, autopromover-se, mostrar-se o tempo todo e ao mesmo tempo por xeretar a vida dos outros, por compartilhar e bisbilhotar ao mesmo tempo, cujas manifestações mais paradigmáticas hoje são os reality shows, os Big Brothers. O Twitter é uma rede social de comunicações curtas, nervosas, que mostra a banalidade do cotidiano. E se formam redes de pessoas que acompanham essas mensagens, e que monitoram cada passo que divulgamos.

Cada vez agimos mais para nos mostrar do que para nos esconder. Se sabemos que vamos ser vistos, lidos ou bisbilhotados nosso comportamento não será “autêntico”, será direcionado para o espetáculo do voyeurismo. Quando sabemos que há câmeras nos filmando passamos a atuar, de alguma forma. As câmeras, as telas que nos mostram orientam nosso dia a dia, como protagonistas ou consumidores de informação, como criadores de mensagens ou como observadores da vida alheia.
Muitos devem olhar para este texto como se fosse saudosista, como se não compreendesse que estamos em época de grandes mudanças, que as pessoas gostam de criar grandes redes de amigos virtuais, e que toda essa efervescência é natural, dada a facilidade de tornar-se visível e a necessidade de sermos valorizados.
Entendo perfeitamente esta efervescência. Preocupa-me o que está por baixo do frenético movimento destas trocas virtuais. Estamos tendo tempo para nós? para conhecer-nos de verdade? Para selecionar melhor, refletir, aprofundar, avaliar o que vale a pena entre tantas possibilidades? Encontramos tempo também para as pessoas reais ao nosso lado, com suas contradições e afetos concretos?

Há muitas mudanças acontecendo e não podemos ignorá-las ou condená-las. Só estou chamando a atenção para uma inversão de valores, que pode nos prejudicar como pessoas e sociedade. Não seria melhor depender menos da quantidade de olhares dos outros, e mais da qualidade desses olhares?. Não seria melhor valorizar mais qualidade do que quantidade em tudo? Por que precisamos de centenas ou milhares de amigos virtuais? Não valeria mais a pena cuidar dos poucos amigos verdadeiros que nos acompanham de verdade nos bons e nos maus momentos e que talvez não estão inscritos nas nossas redes digitais? Por que precisamos aparecer sempre e bisbilhotar tanto? Talvez para não encarar a profunda solidão existencial que sentimos quando estamos sós, sem toda essa intrincada parafernália tecnológica que nos sustenta.
O que é real e o que é aparente? Não é fácil distinguir, mas se não acharmos tempo para refletir mais, para valorizar as coisas simples da vida, corremos o risco de agitar-nos demais e de perder nossa identidade no redemoinho efervescente da construção social digital.

Causar impacto ou fazer escolhas coerentes?


Especialista em mudanças na educação presencial e a distância

Na vida fazemos escolhas bobas e escolhas significativas. As mais importantes são as que nos levam ao que somos neste momento: que tipo de pessoa nos tornamos? Vivemos para os outros (o que conta é aparência, não a verdade) ou vivemos para nós mesmos? Somos pessoas coerentes ou incoerentes? Procuramos melhorar ou já desistimos? Em que áreas continuamos evoluindo e em quais já não o fazemos?

A tentação é muito grande de seguir a orientação externa, de olhar sempre para os demais para depois agir e, em doses excessivas, nos prejudica muito.  A desistência, também. A coerência é complicada, porque nos exige uma constante vigilância contra nossa vontade de enfeitar, de mentir, de esconder, de mascarar. E há mil justificativas para o fingimento. Em curto prazo, lucramos muito mais. Fingir é mais fácil que realizar. A longo prazo, a coerência interna, a aceitação de cada etapa, mesmo do que não conseguimos mudar, é fundamental para o nosso crescimento como pessoas e como profissionais. Demoramos muito mais do que os movidos por marketing, mas a construção costuma ser mais sólida.
Coerência não significa perfeição, domínio de tudo. Coerência significa olhar com tranqüilidade para tudo o que somos e fazemos e procurar não mascarar de nós mesmos o que enxergamos. Onde somos incapazes, o aceitamos e vamos procurando mudar na medida em que nos for possível, mas intimamente sabemos que temos áreas cinzentas de imobilidade e dificuldades.

Podemos escolher viver de aparências ou viver coerentemente. Ambas têm ganhos e perdas. Quem vive de aparências, costuma seduzir mais rapidamente os outros, achar os melhores espaços, ganhar visibilidade, porque a procura intensamente. A médio ou longo prazo, em geral, a construção apresenta furos e costuma fazer algum tipo de água nas pessoas mais perspicazes. A construção da coerência é mais trabalhosa, silenciosa e pouco glamorosa. Alguns querem aparecer, porque o aparecer é um valor e traz muitas vantagens. Outros preferem que o seu trabalho e contribuições falem por si mesmos, e não montam esquemas de marketing para visibilizar-se. Se você tem algo importante para contribuir socialmente,  muitos o perceberão, provavelmente num ritmo menor, mas com resultados mais consistentes.

Contribuiremos mais para a educação se mostrarmos coerência crescente entre o que pensamos, o que ensinamos e o que fazemos.

A Internet para apoio à pesquisa

          A WEB é uma fonte de avanços e de problemas.  Podemos encontrar o 
que buscamos, e também o que não desejamos. A facilidade traz também a 
multiplicidade de fontes diferentes, de graus de confiabilidade diferentes, de 
visões de mundo contraditórias. É difícil selecionar, avaliar e contextualizar 
tudo o que acessamos. 
A facilidade em postar mensagens na Internet é também uma das maiores 
fragilidades. Um texto que estava disponível ontem pode não o estar hoje. Uma 
página web que tinha um formato, pode aparecer no dia seguinte com outro ou 
com outro conteúdo. Por isso as normas bibliográficas exigem que se coloque 
a última data de acesso a Internet nas referências.
Num livro de texto a dificuldade de revisar as referências da WEB é muito 
maior. E quando um site  ou endereço muda é quase impossível comunicá-lo 
rapidamente aos leitores, a não ser pela própria Web ou aguardar uma nova 
reimpressão. Convém avisar os leitores da edição impressa que podem existir 
endereços web com erros, pela alta volatilidade das informações digitais. 
Também é importante manter uma página digital com atualizações e correções, 
para diminuir os problemas ocasionados pelas súbitas mudanças nas páginas 
da Internet. Faltam-nos campanhas educativas que esclareçam a população da 
fragilidade da  Internet, dos problemas que podem acontecer e das 
inconsistências mais recorrentes.                                                                                                                    
Aproveitaremos melhor o potencial da Internet, se equilibramos a rapidez e 
multiplicidade da informação com o necessário tempo de análise, de 
decantação, de reflexão. Se focarmos menos quantidade e mais qualidade da 
observação, da percepção, da comunicação. Se combinarmos a função de 
“radar” - que mapeia e descobre - com o de “focar” - que aprofunda e ilumina. 
Os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber 
perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de  sites, 
de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os 
professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de 
investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e 
estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para 
os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento 
arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica 
contínua.
É importante que alunos e professores levantem as principais questões
relacionadas com a pesquisa: Qual é o objetivo da pesquisa e o nível de 
profundidade da pesquisa desejado? Quais são as “fontes confiáveis” para 
obter as informações? Como apresentar as informações pesquisadas e indicar 
as fontes de pesquisa nas referências bibliográficas? Como avaliar se a 
pesquisa foi realmente feita ou apenas copiada?
Umas das formas de analisar a credibilidade do conteúdo da sua 
pesquisa é verificar se ele está dentro de um portal educacional, no endereço 
de uma universidade, revista  especializada ou em qualquer outro espaço 
acadêmico reconhecido. Também é importante verificar de quem é a autoria do 
artigo ou da reportagem ou a credibilidade do veículo de divulgação.
Pensando mais nos usuários jovens e adultos, Nilsen e Morkes propõem 
algumas características que uma página da WEB precisa apresentar para ser 
efetivamente lida e pesquisada:
- palavras-chave realçadas (links de hipertexto, tipo de fonte e cor funcionam 
como realce); 
- sub-títulos pertinentes (e não "engraçadinhos"); 
- listas indexadas; 
- uma informação por parágrafo (os usuários provavelmente pularão 
informações adicionais, caso não sejam atraídos pelas palavras iniciais de um 
parágrafo); 
- estilo de pirâmide invertida, que principia pela conclusão; 
- metade do número de palavras (ou menos) do que um texto convencional. A 
credibilidade é importante para os usuários da WEB, porque nem sempre se sabe quem está por trás das informações nem se a página pode ser digna de 
confiança. Pode-se aumentar a credibilidade através de gráficos de alta 
qualidade, de um texto correto e de  links de hipertexto apropriados. É 
importante colocar links que conduzam a outros sites, que comprovem que há 
pesquisa por trás e que dêem sustentação para que os leitores possam checar 
as informações dadas.
Prof. Moran - 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Só pelo tablet: Colégio do Rio elimina uso do papel

Cerca de 3000 alunos do ensino médio vão ter acesso a todo material didático em tablets

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Atualizado:
Alunos terão acesso ao material didático por meio de tablets.  A tecnologia adotada permite que os livros sejam baixados para  o aparelho Foto: Divulgação
Alunos terão acesso ao material didático por meio de tablets. A tecnologia adotada permite que os livros sejam baixados para o aparelhoDIVULGAÇÃO
RIO - O material escolar está sendo substituído por um único item. No lugar da mochila abarrotada de livros, cadernos e lápis, um tablet reúne todas as necessidades do aluno e começa a fazer parte do ambiente escolar. A Rede de escolas MV1, no Rio anunciou nesta quinta-feira que começou a disponibilizar para os seus 3 mil alunos do ensino médio toda coleção de apostilas no formato de e-book para tablets. Segundo a instituição, o objetivo é substituir todos os materiais impressos pelos tablets, o que deve colaborar com a preservação da natureza e com a redução de gastos.
- Agora temos na mão um equipamento que realmente vai propiciar a interatividade que faltava no cotidiano das aulas. Os alunos vão poder usufruir, em classe, da mesma tecnologia que eles estão acostumados. Ao invés de disponibilizamos o conteúdo em cópias preto e branco, com o tablet todas as cores estão disponíveis - afirma O professor José Carlos Portugal, diretor da Rede MV1, acrescentando que além da economia de dinheiro e da preservação do ambiente, a tecnologia vai trazer uma nova dimensão para o aprendizado.
A tecnologia adotada permite que os livros sejam baixados bimestralmente ao longo do ano, contendo hiperlinks e acesso direto a uma área de reforço e de complementação online, em que, num ambiente protegido por login e senha, os alunos vão encontrar exercícios de apoio, dicas e conteúdos extras de temas que acabaram de acontecer. Além disso, todos poderão fazer às sextas-feiras um teste online, verificando o que aprenderam durante a semana.
- Nesse ano de implementação da nova tecnologia o aluno ainda terá a opção pela coleção de livros e apostilas achamos que a grande maioria vai apostar na versão tablet, afinal esse equipamento é hoje a coqueluche entre os jovens - garante Portugal que calcula que a economia na compra do material vai subsidiar parte do investimento, pois há tablets de 7 polegadas que hoje são encontrados na faixa dos R$ 350,00.
Aplicativos feitos para a aula
A loja de aplicativos da Apple disponibiliza ferramentas desenvolvidas especialmente para a sala de aula, como o “The Elements", uma tabela periódica animada. “Esse é um dos aplicativos que planejo usar para a aula de Química”, conta Samuel. O app pode ser comprado por US$ 14 e possui versão apenas em inglês.
Outra opção é o “Humman Body Encyclopedia D”, que custa US$ 1. O aplicativo ajuda os alunos a memorizar as partes do corpo humano e o nome dos órgãos. Como está disponível apenas em inglês, o app também pode ser usado para praticar o idioma.
O “iStudiez Pro”, aplicativo para organizar tarefas e horários das aulas, tem versão em português e é vendido por US$ 3. E o “Flashcards Deluxe” auxilia na criação de cartões de estudo que ajudam na memorização de aulas. Também só está disponível em inglês e custa US$ 4.
A loja de aplicativos para o sistema operacional do Google, Android, que roda no Galaxy Tab, da Samsung, também possui ferramentas para a educação. Confira no site Android Market (https://market.android.com).


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/so-pelo-tablet-colegio-do-rio-elimina-uso-do-papel-3313890#ixzz1elLS6uTa
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