"Neste espaço divulgamos alguns recursos, que compõem as tecnologias de construção para Internet e possibilitam a interação com conteúdos educacionais."

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novas tecnologias, novos modos de ensinar, novos modos de aprender

Neste vídeo podemos ver também em números o que as novas tecnologias representam, e sua influencia na educação.

O uso das tecnologias em sala de aula

Este vídeo monstra como utilizar os recursos tecnológicos em sala de aula.

ENTREVISTA JOSÉ MANUEL MORAN - parte 01

Este vídeo foi exibido no youtube e tem como objetivo quebrar o mito do ensino a distancia, modalidade esta que só é possível com o uso das novas tecnologias.

ENTREVISTA JOSÉ MANUEL MORAN - parte 02


Novas tecnologias e o re-encantamento do mundo

José manuel moran Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância 
Publicado na revista 
Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, vol. 23, n.126, setembro-outubro 1995, p. 24-26
jmmoran@usp.br


 O fascínio pelas tecnologias
Lemos, com freqüência, que as tecnologias de comunicação estão provocando profundas mudanças em todas as dimensões da nossa vida. Elas vêm colaborando, sem dúvida, para modificar o mundo. A máquina a vapor, a eletricidade, o telefone, o carro, o avião, a televisão, o computador, as redes eletrônicas contribuíram para a extraordinária expansão do capitalismo, para o fortalecimento do modelo urbano, para a diminuição das distâncias. Mas, na essência, não são as tecnologias que mudam a sociedade, mas a sua utilização dentro do modo de produção capitalista, que busca o lucro, a expansão, a internacionalização de tudo o que tem valor econômico.
Os mecanismos intrínsecos de expansão do capitalismo apressam a difusão das tecnologias, que podem gerar ou veicular todas as formas de lucro. Por isso há interesse em ampliar o alcance da sua difusão, para poder atingir o maior número possível das pessoas economicamente produtivas, isto é, das que podem consumir.
O capitalismo visa essencialmente o lucro. Tanto as tecnologias -o hardware- como os serviços que elas propiciam -os programas de utilização- crescem pela organização empresarial que está por trás e que as torna viáveis numa economia de escala. Isto é, quanto maior a sua expansão no mercado mundial, mais baratas se tornam e, com isso, mais acessíveis.
As tecnologias viabilizam novas formas produtivas. As redes de comunicação permitem o processo de distribuição "just in time", em tempo real, com baixos estoques. Permitem a produção compartilhada, ogroupware, permitem o aparecimento do tele-trabalho -poder estar conectado remotamente à sede da empresa e a outros setores, situados em lugares diferentes. Mas tudo isso são formas de expressão da expansão capitalista na busca de novos mercados, de racionalizar custos, de ganhar mais.
A rede Internet foi concebida para uso militar. Com medo do perigo nuclear, os cientistas criaram uma estruturação de acesso não hierarquizada, para poder sobreviver no caso de uma hecatombe. Ao ser implantada a rede nas universidades, esse modelo não vertical se manteve e com isso propiciou-se a criação de inúmeras formas de comunicação não previstas inicialmente. Todos procuram seus semelhantes, seus interesses. Cada um busca a sua "turma".Ninguém impõe o que você deve acessar na rede. Nela você encontra desde o racismo mais agressivo ou a pornografia mais deslavada até discussões sérias sobre temas científicos inovadores.
A Internet continua sendo uma rede para uso militar. Também continua sendo utilizada para pesquisa no mundo inteiro.Mas agora existe também para todo tipo de negócios e formas de comunicação. A tecnologia basicamente é a mesma, mas hoje está mais acessível, com mais opções, mais mercados, mais pessoas.
É possível criar usos múltiplos e diferenciados para as tecnologias. Nisso está o seu encantamento, o seu poder de sedução. Os produtores pesquisam o que nos interessa e o criam, adaptam e distribuem para aproximá-lo de nós. A sociedade, aos poucos,parte do uso inicial, previsto, para outras utilizações inovadoras ou inesperadas. Podemos fazer coisas diferentes com as mesmas tecnologias. Com a Internet podemos comunicar -nos -enviar e receber mensagens- podemos buscar informações, podemos fazer propaganda, ganhar dinheiro, divertir-nos ou vagar curiosos, como voyeurs, pelo mundo virtual.
Há um novo re-encantamento pelas tecnologias porque participamos de uma interação muito mais intensa entre o real e o virtual.Me comunico realmente -estou conectado efetivamente com milhares de computadores- e ao mesmo tempo, minha comunicação é virtual: eu permaneço aqui, na minha casa ou escritório, navego sem mover-me, trago dados que já estão prontos, converso com pessoas que não conheço e que talvez nunca verei ou encontrarei de novo.
Há um novo re-encantamento, porque estamos numa fase de reorganização em todas as dimensões da sociedade, do econômico ao político; do educacional ao familiar. Percebemos que os valores estão mudando, que o referencial teórico com o qual avaliávamos tudo não consegue dar-nos explicações satisfatórias como antes. A economia é muito mais dinâmica. Há uma ruptura visível entre a riqueza produtiva e a riqueza financeira. Há mudanças na relação entre capital e trabalho. Na política diminui a importância do conceito de nação, e aumenta o de globalização, de mundialização, de inserção em políticas mais amplas. Os partidos políticos tornam-se pouco representativos dessa nova realidade. A sociedade procura através de movimentos sociais, ONGs, novas formas de participação e expressão. E ao mesmo tempo que nos sentimos mais cosmopolitas -porque recebemos influências do mundo inteiro em todos os níveis- procuramos encontrar a nossa identidade no regional, no local e no pessoal; procuramos o nosso espaço diferencial dentro da padronização mundial tanto no nível de país como no individual.

Mudanças que as tecnologias de comunicação favorecem
Cada tecnologia modifica algumas dimensões da nossa inter-relação com o mundo, da percepção da realidade, da interação com o tempo e o espaço. Antigamente o telefone interurbano -por ser caro e demorado- era usado para casos extremos. A nossa expectativa em relação ao interurbano se limitava a casos de urgência, economizando telegraficamente o tempo de conexão.Com o barateamento das chamadas, falar para outro estado ou país vai tornando-se mais habitual, e ao acrescentar o fax ao telefone, podemos enviar e receber também textos e desenhos de forma instantânea e prazerosa.
O telefone celular vem dando-nos uma mobilidade inimaginável alguns anos atrás. Posso ser alcançado,se quiser, ou conectar-me com qualquer lugar sem depender de ter um cabo ou rede física por perto. A miniaturização das tecnologias de comunicação vem permitindo uma grande maleabilidade, mobilidade, personalização (vide walkman, celular, notebook...), que facilitam a individualização dos processos de comunicação, o estar sempre disponível (alcançável), em qualquer lugar e horário. Essas tecnologias portáteis expressam de forma patente a ênfase do capitalismo no individual mais do que no coletivo, a valorização da liberdade de escolha, de eu poder agir, seguindo a minha vontade. Elas vêem de encontro a forças poderosas, instintivas, primitivas dentro de nós, às quais somos extremamente sensíveis e que, por isso, conseguem fácil aceitação social.
A tecnologia de redes eletrônicas modifica profundamente o conceito de tempo e espaço. Posso morar em um lugar isolado e estar sempre ligado aos grandes centros de pesquisa, às grandes bibliotecas, aos colegas de profissão, a inúmeros serviços. Posso fazer boa parte do trabalho sem sair de casa. Posso levar onotebook para a praia e, enquanto descanso, pesquisar, comunicar-me, trabalhar com outras pessoas à distância. São possibilidades reais inimagináveis há pouquíssimos anos e que estabelecem novos elos, situações, serviços, que, dependerão da aceitação de cada um, para efetivamente funcionar.
Para atualizar-me profissionalmente posso acessar cursos à distância via computador, receber materiais escritos e audiovisuais pelo WWW (tela gráfica da Internet, que pode captar e transmitir imagens, sons e textos). Estamos começando a utilizar a videoconferência na rede, que possibilita a várias pessoas, em lugares bem diferentes, ver-se, comunicar-se, trabalhar juntas, trocar informações, aprender e ensinar. Muitas atividades que nos tomavam tempo e implicavam em deslocamentos, filas e outros aborrecimentos, vamos poder resolvê-las através de redes, esteja onde estiver. Até  poucos anos íamos várias vezes por semana ao banco, para depositar, sacar, pagar contas...
Hoje em alguns terminais eletrônicos podemos realizar as mesas tarefas. Estamos começando a fazer as mesmas tarefas sem sair de casa. Também estamos começando a poder fazer o supermercado sem sair de casa, a comprar qualquer objeto via tele-marketing. Isto significa que o que antes justificava muitas das nossas saídas, hoje não é mais necessário.
A partir de agora, só sairemos quando achar-mos conveniente, mas não para fazer coisas externas por obrigação. Sairemos porque queremos, não por imposição das circunstâncias.
Cada inovação tecnológica bem sucedida modifica os padrões de lidar com a realidade anterior, muda o patamar de exigências do uso. Com o aumento do número de câmeras, torna-se normal mostrar, no futebol, vôlei ou basquete, a mesma cena com vários pontos de vista, de vários ângulos diferentes. Quando isso não acontece, quando um gol não é mostrado muitas vezes e de diversos ângulos, sentimo-nos frustrados e cobramos providências. Antes do replay precisávamos ir ao campo para assistir um jogo.
Com a televisão ao vivo, sem videotape, dependíamos da câmera não ter perdido o lance e só podíamos assisti-lo uma vez. Depois o replay foi uma grande inovação, mas era difícil de operar e ficávamos felizes quando havia uma repetição -a mesma- do mesmo lance. Hoje repetir, com muitas câmeras, que nos dão diversos pontos de vista é o normal e foi incorporado a narrativa.Nossas expectativas vão modificando-se com o aperfeiçoamento da tecnologia.
Uma mudança significativa -que vem acentuando-se nos últimos anos - é a necessidade de comunicar-nos através de sons, imagens e textos, integrando mensagens e tecnologias multimídia. O cinema começou como imagem preto e branco. Depois incorporou o som, a imagem colorida, a tela grande, o som estéreo. A televisão passou do preto e branco para o colorido, do mono para o estéreo, da tela curva para a plana, da imagem confusa para a alta definição.Estamos passando dos sistemas analógicos de produção e transmissão para os digitais. O computador está integrando todas as telas antes dispersas, tornando-se, simultaneamente, um instrumento de trabalho, de comunicação e de lazer. A mesma tela serve para ver um programa de televisão, fazer compras, enviar mensagens, participar de uma videoconferência.
A comunicação torna-se mais e mais sensorial, mais e mais multidimensional, mais e mais não linear. As técnicas de apresentação são mais fáceis hoje e mais atraentes do que anos atrás, o que aumentará o padrão de exigência para mostrar qualquer trabalho através de sistemas multimídia. O som não será um acessório, mas uma parte integral da narrativa. O texto na tela aumentará de importância, pela sua maleabilidade, facilidade de correção, de cópia, de deslocamento e de transmissão.
Com o aperfeiçoamento nos próximos anos da fala através do computador e como não necessitaremos de um teclado, dependeremos menos da escrita e mais da voz. Dependeremos menos do inglês para comunicar-nos porque disporemos de programas de tradução simultânea.
Com o aperfeiçoamento da realidade virtual, simularemos todas as situações possíveis, exacerbaremos a nossa relação com os sentidos, com a intuição. Vamos ter motivos de fascinação e de alienação. Podemos comunicar-nos mais ou alienar-nos muito mais facilmente que antes. Se queremos fugir, encontraremos muitas realidades virtuais para fugir, para viver sozinhos. Nossa mente é a melhor tecnologia, infinitamente superior em complexidade ao melhor computador, porque pensa, relaciona, sente, intui e pode surpreender. Por isso o grande re-encantamento temos que fazê-lo conosco, com a nossa mente e corpo, integrando nossos sentidos, emoções e razão. Valorizando o sensorial, o emocional e o lógico. Desenvolvendo atitudes positivas, modos de perceber, sentir e comunicar-nos mais livres, ricos, profundos. Essa atitude re-encantada de viver potencializará ainda mais nossa vida pessoal e comunitária, ao fazer um uso libertador dessas tecnologias maravilhosas e não um uso consumista, de fuga.
 Tecnologias na educação
As tecnologias de comunicação não mudam necessariamente a relação pedagógica. As Tecnologias tanto servem para reforçar uma visão conservadora, individualista como uma visão progressista. A pessoa autoritária utilizará o computador para reforçar ainda mais o seu controle sobre os outros. Por outro lado,uma mente aberta, interativa, participativa encontrará nas tecnologias ferramentas maravilhosas de ampliar a interação.
As tecnologias de comunicação não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados pelos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os resultados, os adapta à realidade dos alunos, questiona os dados apresentados. Transforma informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria -o conhecimento com ética.
As tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir suas paredes e possibilitar que alunos conversem e pesquisem com outros alunos da mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. O mesmo acontece com os professores. Os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros alunos e divulgados instantaneamente na rede para quem quiser.Alunos e professores encontram inúmeras bibliotecas eletrônicas, revistas on line, com muitos textos, imagens e sons, que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação. O professor pode estar mais próximo do aluno. Pode receber mensagens com dúvidas, pode passar informações complementares para determinados alunos. Pode adaptar a sua aula para o ritmo de cada aluno.Pode procurar ajuda em outros colegas sobre problemas que surgem, novos programas para a sua área de conhecimento. O processo de ensino-aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação inusitados.
O re-encantamento, em fim, não reside principalmente nas tecnologias -cada vez mais sedutoras- mas em nós mesmos, na capacidade em tornar-nos pessoas plenas, num mundo em grandes mudanças e que nos solicita a um consumismo devorador e pernicioso. É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio. É frustrante, por outro lado, constatar que muitos só utilizam essas tecnologias nas suas dimensões mais superficiais, alienantes ou autoritárias. O re-encantamento, em grande parte, vai depender de nós.

Bibliografia:
- GARDNER, Howard. As estruturas da mente. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1994.
- MORAN, José Manuel. Interferências dos Meios de Comunicação no nosso Conhecimento. INTERCOMRevista Brasileira de Comunicação. São Paulo, XVII (2):38-49, julho-dezembro 1994.
- NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
- POSTMAN, Neil. TecnopólioA rendição da cultura à tecnologia. São Paulo: Nobel, 1994.
-RECODER, Maria-José et alii. Informação Eletrônica e Novas Tecnologias. São Paulo: Summus, 1995. 

Para onde caminhamos na educação

José Manuel Moran

JOSÉ MANUEL MORAN

Na praia do Conde - PB
Caminhamos aceleradamente rumo a uma sociedade muito diferente que em parte vislumbramos, mas que nos reserva inúmeras surpresas. Será uma sociedade muito mais conectada, móvel, com possibilidades de comunicação, interação e de aprendizagem muito mais fascinantes ainda.
     
Todas as sociedades educam, transmitem seus valores tradicionais e uma visão de futuro. Como será feito isto concretamente daqui a vinte ou trinta anos, não o sabemos. Mas caminhamos para uma sociedade cada vez mais complexa, pluralista, democrática. Por isso será necessário aprender a construir um percurso intelectual mais difícil, cheio de inúmeras ramificações e opções; aprender a conviver com as diferenças de visões de mundo, de valores, de grupos; a fazer escolhas mais provisórias; aprender a comunicar-nos de forma mais abrangente, integrada, participativa, equilibrando o individual e o social. As decisões sociais serão mais debatidas ao vivo. Haverá muitos mais referendos diretos, sem tantos intermediários.
     
A informação estará sempre mais disponível, de muitas formas, por muitos canais. Quem quiser aprender, terá a sua disposição muitas formas de fazê-lo, sozinho, em pequenos grupos; informal ou formalmente, com tutoria ou de forma autônoma, com certificação ou sem ela. Caminhamos da pobreza digital para a conectividade 24 horas, em qualquer lugar, com múltiplos recursos, pessoais e digitais como robots. Precisaremos de instituições sérias para ajudar-nos nos cursos de maior duração, nos que certifiquem profissionalmente. Mas não precisaremos ir todo o dia a uma sala de aula para aprender. Haverá formas muito ágeis, diversificadas, flexíveis, adaptadas ao ritmo e necessidades de cada aluno para aprender e ajudar a aprender.
   
As tecnologias evoluem muito mais rapidamente do que a cultura. A cultura implica em padrões, repetição, consolidação. A cultura educacional, também. As tecnologias permitem mudanças profundas já hoje que praticamente permanecem inexploradas pela inércia da cultura tradicional, pelo medo, pelos valores consolidados. Por isso sempre haverá um distanciamento entre as possibilidades e a realidade. O ser humano avança com inúmeras contradições, muito mais devagar que os costumes, hábitos, valores. Intelectualmente também avançamos muito mais do que nas práticas. Há sempre um distanciamento grande entre o desejo e a ação. Apesar de tudo, está se construindo uma outra sociedade, que em uma ou duas décadas será muito diferente da que vivemos até agora.
   
Aos poucos a escola se tornará mais flexível, aberta, inovadora. Será mais criativa e menos cheia de imposições e obrigações. Diminuirá sensivelmente a obrigação de todos terem que aprender as mesmas coisas no mesmo espaço, ao mesmo tempo e da mesma forma.
     
Toda sociedade será uma sociedade que aprende de inúmeras formas, em tempo real, com vastíssimo material audiovisual disponível. Será uma aprendizagem mais tutorial, de apoio, ajuda. Será uma aprendizagem entre pares, entre colegas, e entre mestres e discípulos conectados, em rede, trocando informações, experiências, vivências. Aprenderemos em qualquer lugar, a qualquer hora, com tecnologias móveis poderosas, instantâneas, integradas, acessíveis. Não precisaremos ir a lugares específicos, o tempo todo. Iremos para alguns contatos iniciais e para a avaliação final. O restante do tempo, estaremos conectados audiovisual e interativamente, quando o quisermos, com quem quisermos. Haverá formas de acelerar o acesso à informação (implantes e outros recursos que a nanotecnologia nos promete). Haverá máquinas inteligentes (robots, em muitos aspectos mais inteligentes que os humanos). Por isso, é impossível antecipar a educação do futuro, mas podemos apontar alguns caminhos que nos ajudarão a mudar radicalmente o panorama atual tão conservador e massificado que ainda temos atualmente.
    
Estamos caminhando para uma aproximação sem precedentes entre os cursos presenciais (cada vez mais semi-presenciais) e os a distância ou on-line. Teremos inúmeras possibilidades de aprendizagem que combinarão o melhor do presencial (quando possível) com as facilidades do virtual.

Em poucos anos dificilmente teremos um curso totalmente presencial. Por isso caminhamos para fórmulas diferentes de organização de processos de ensino-aprendizagem. Caminhamos rapidamente para a flexibilização progressiva e acentuada de cursos, tempos, espaços, gerenciamento, interação, metodologias, tecnologias, avaliação. Isso nos obriga a experimentar pessoal e institucionalmente modelos de cursos, de aulas, de técnicas, de pesquisa, de comunicação. Todas as universidades e organizações educacionais, em todos os níveis, precisam experimentar novas soluções para cada situação, curso, grupo.

Com a educação on-line, com o avanço da banda larga, dos tablets, smartphones, a TV digital e toda a integração das mídias, teremos todas as possibilidades de aprender: de cursos totalmente prontos por videoaulas até os construídos ao vivo, com forte interação grupal, imersão sensorial e pouca previsibilidade. Realizaremos cursos totalmente personalizados e outros baseados em intensa colaboração. Teremos cursos totalmente digitais e outros híbridos, com momentos presenciais. Muitas pessoas aprenderão com outras e só se submeterão a algum tipo de avaliação final para fins de certificação.

Podemos pensar em cursos cada vez mais personalizados, mais adaptados à cada aluno ou grupos de alunos. Cursos com materiais audiovisuais e atividades bem planejadas e produzidas e que depois são oferecidos no ritmo de cada aluno, sob a supervisão de um professor orientador ou de uma pequena equipe, que colocam esse aluno em contato com grupos em estágios de aprendizagem semelhantes. Os professores agirão muito mais como tutores, como hoje acontece na pós-graduação. Acompanham o percurso dos alunos a eles confiados, e monitoram os projetos pedagógicos dos alunos individualmente e também em grupo; os supervisionam e gerenciam para que obtenham os melhores resultados. Os professores mapeiam a pesquisa, as atividades. Marcam algumas reuniões presenciais e outras virtuais. Trabalham de forma integrada com outros colegas nos mesmos projetos. O currículo é muito mais livre, escolhido de comum acordo entre alunos, professores e instituição. Há alguns momentos comuns presenciais e/ou virtuais (totalmente audiovisuais e interativos), mas, a maior parte do tempo, o processo é virtual e em tempos diferenciados.
    
Tudo isto exige uma pedagogia muito mais flexível, integradora e experimental diante de tantas situações novas que começamos a enfrentar.
    
Uma educação inovadora se apóia em um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que lhe servem de guia e de base: o conhecimento integrador e inovador; o desenvolvimento da auto-estima/auto-conhecimento (valorização de todos); a formação de alunos-empreendedores (criativos, com iniciativa) e a construção de alunos-cidadãos (com valores individuais e sociais).
      
São pilares que, com o apoio de tecnologias móveis, poderão tornar o processo de ensino-aprendizagem muito mais flexível, integrado, empreendedor e inovador.
fonte: Este texto faz parte do livro A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá (5ª Ed, Campinas, Papirus, 2011), p. 145-148 (com atualizações).

autor: JOSÉ MANUEL MORAN

WEBQUEST
          O conceito foi criado em 1995 por Bernie Dodge, professor estadual da Califórnia (EUA) tendo como proposta metodológica o uso da Internet de forma criativa. A Webquest é uma atividade investigativa onde as informações com as quais os alunos interagem provêm da internet.
 Sua elaboração
É feita por um professor para ser solucionada por alunos reunidos em grupos.


 Seus recursos
Também chamados de fontes, os recursos podem ser livros, vídeos e mesmo pessoas a entrevistar, mas normalmente são sites ou páginas da Web.


 Tipos
Bernie Dodge define a Webquest em:
Curta: Leva de uma a três aulas para ser explorada pelos alunos e seu objetivo é a integração do conhecimento.
Longa: Leva de uma semana a um mês para ser explorada pelos alunos em sala de aula e tem como objetivo a extensão e o refinamento de conhecimentos.

A Webquest é constituída de sete seções:
- Introdução - Determina a atividade.
- Tarefa - Informa o software e o produto a serem utilizados.
- Processo - Define a forma na qual a informação deverá ser organizada (livro, vídeos etc).
- Fonte de informação - Sugere os recursos: endereços de sites, páginas da Web.
- Avaliação - Esclarece como o aluno será avaliado.
- Conclusão - Resume os assuntos explorados na Webquest e os objetivos supostamente atingidos.
- Créditos - Informa as fontes de onde são retiradas as informações para montar a webquest, quando página da Web coloca-se o link, quando material físico coloca-se a referência bibliográfica. É também o espaço de agradecimento às pessoas ou instituições que tenham colaborado na elaboração.


 Objetivos Educacionais
- O educador moderniza os modos de fazer educação (sincronizado com o nosso tempo/internet).
- Garante o acesso à informação autêntica e atualizada.
- Promove uma aprendizagem cooperativa.


 Desenvolver habilidades cognitivas
“Aprendizagens significativas são resultados de atos de cooperação, as WQs estão baseadas na convicção de que aprendemos mais e melhor com os outros do que sozinhos.”

- Favorece as habilidades do conhecer (o aprender a aprender).
- Oportuniza para que os professores de forma concreta se vejam como autores da sua obra e atuem como tal. (acessar, entender e transformar).
- Favorece o trabalho de autoria dos professores.
- Incentivar a criatividade dos professores e dos alunos que realizarão investigações com criatividade.
- Favorecer o compartilhamento dos saberes pedagógicos, pois é uma ferramenta aberta de cooperação e intercâmbio docente de acesso livre e gratuito.


 Quem esta usando as WQs
Pelo seu aspecto pedagógico, dinâmico, amplo, informativo e investigativo, estimula:
- Professores, Mestres e Doutores das mais diversas áreas e seguimentos.
- Alunos.


 Exemplos de WQs
www.vivenciapedagogica.com.br
webquest.sp.senac.br
www.webquest.futuro.usp.br
www.ese.ips.pt/abolina/webquests/bio/biodiversidade.html
www.escolabr.com
www.webquest.futuro.usp.br
www.edukbr.com.br
www.escolanet.com.br
www.iep.uminho.pt/encontro.webquest/workshops.htm
www.livre.escolabr.com/ferramentas/wq/
wqtiete.vila.bol.com.br 
wqenergia.vila.bol.com.br


 Passos para elaboração de uma Webquest

Planejar
  • Definir o tema
  • Selecionar fontes de informação
  • Delinear a tarefa
  • Estruturar o processo
Formatar
  • Escrever a introdução
  • Escrever a conclusão
  • Inserir o conteúdo no gabarito
Publicar
  • Fazer os acertos finais
  • Publicar a Webquest
Gabaritar
  • Nessa etapa é necessário usar um editor HTML, o que exige conhecimento em informática
  • Modelo de gabaritos.
O suporte oferece ferramentas de produção gratuitas, acervo de imagens, editores de html, hospedagen de sites, etc.


 WebQuest além dos limites
       LanQuest (BARROS, 2005) - Baseada na mesma metodologia de Bernie Dodge, só que em páginas off line, fora do espaço web, utiliza apenas um software de navegação, onde é simulada a navegação que ocorre na Internet. É uma possibilidade de trabalho que vai além do ciberespaço na extensão de um software de autoria, ou apresentação pronta em html. Ideal para escolas que não têm acesso a laboratórios de informática.       

       PaperQuets - É uma metodologia baseada na WebQuest que tem como referência para o trabalho fontes bibliográficas (biblioteca). Assim como a LanQuest, a PaperQuet também é ideal para escolas que não têm acesso a laboratórios de informática.
       A PaperQuest pode ter o formato de um jogo, as tarefas impressas em cartões com várias possibilidades de aventura (urbana, na mata, no espaço, etc...). Os alunos irão pesquisar e jogar ao mesmo tempo, por meio de ferramentas semelhantes ao PHPWebQuest (Barros 2005), onde a familiarização e a criticidade na análise dos textos encontrados em livros, jornais e revistas são necessárias.

       PHPWebQuest - É um programa educativo criado pelo professor espanhol Antônio Temprano para criar Webquest, Miniquest e caça ao Tesouro sem escrever o código HTML ou utilizar programas de edição de páginas de Web. O usuário pode editar e ou apagar as atividades criadas por ele. Uma de suas vantagens de edição de WebQuest pelo phpwebquest é que todo texto pode ser editado em html para quem já utiliza alguma ferramenta de produção nesse formato, tornando-se viável e possível no caso de alunos em situação de deficiência visual, a navegação por leitores de tela.


       Créditos - WEBQUEST: 
       Metodologia que ultrapassa os limites do Ciberespaço.
       Profa Gílian Cristina Barros - www.escolabr.com       Gabarito - www.webquest.futuro.usp.br       Espaço para discussão Wqs - www.escolabr.com

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Candido Mendes está em plena sintonia com a ciência e a cultura


       
     Foi um grande sucesso o 1° Colóquio - Comunidade, Indústria e Desenvolvimento local: O DIÁLOGO POSSÍVEL, realizado pelo Ecomuseu de Santa Cruz e as palestras que aconteceram no dia 17 de outubro na Universidade Candido Mendes, campus Santa Cruz e trouxe para os participantes uma bela apresentação do tema: “História, Educação e patrimônio na relação Comunidade Indústria”, com os subtemas; “Museu Educador e Libertador: o legado de Paulo Freire, exposto pela senhora Odalice Miranda Prioste, doutora em Memória Social e “O Patrimônio e a Educação Patrimonial”, apresentado pelo senhor Hugues de Varine, consultor internacional para o desenvolvimento local. A mesa teve a coordenação do Professor Eduardo Afonso, História – UCAM.

       Este foi mais um esforço da equipe da Candido Mendes Santa Cruz em trazer para seus alunos e comunidade externa atividades que possam ampliar as possibilidades de enriquecimento científico cultural.  

       Não paramos por aqui, na primeira semana de novembro teremos a 1° Semana Acadêmica deste campus com a presença de palestrantes de alto nível e temas variados e concernentes aos cursos existentes nesta unidade.  Aguardem, em breve teremos a programação também no blog.

       Outra novidade acontecerá no dia 10 de dezembro na Praça Historiador Benedicto de Freitas, antiga Praça do Rink no centro de Santa Cruz, será um dia repleto de atividades socioculturais e dará ênfase ao dia da Declaração dos
Direitos do Homem.  O tema do dia será Candido Mendes de Mãos dadas com os Direitos Humanos.   Toda comunidade do campus está convidada a participar deste evento que marcará Santa Cruz.    


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